quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O inimigo

Parei de culpar
a vida
comprei novos óculos

Agora
vejo a vida
de longe
e os outros
de perto

Solidão das palavras


Espirrei palavras
num pedaço de papel
Rasgado pela vida e
amassado pela noite

Nem mesmo sua tinta queria ficar
palavras tristes com o próprio lar
buscavam um livro, uma capa, uma prosa
pobres palavras: carentes, dengosas
ficavam ali, esfomeadas
com restos de grafites
ali, ensangüentadas

Não brilhavam como o sol
mas tinham a atenção dos Deuses
e todo o amor dos poetas

Como num toque de mágica
Isso simplesmente bastou
Até acontecer
A próxima
Reciclagem

Eu

Gladiador de luz
Gladiador de sonhos
você compreende?
Gladiador de luz
Gladiador de sonhos
talvez seja por isso
a insistência de me jogar para os leões

sábado, 11 de dezembro de 2010

Simplicidade poética


Serei tolerante a rua
que transversa duas paralelas
Zerei ódio
Serei o entrelaçar de dedos opositores
com o bônus do cruzamento dos punhos
Zerei guerra
Serei uma águia
com sua visão em vôo livre
Zerei egoísmo
Serei um insano estagnado
tratando-se de meus bens
Zerei cobiça
Serei um rompedor de barreiras
somente com o português
Zerei matemática